Fundação Ricardo Espírito Santo Silva - há 69 anos a preservar as artes decorativas portuguesas

anaguas
13 de jul. de 2021
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Atualizado: 19 de jan. de 2022

A Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS) tem por missão a preservação, divulgação, ensino e investigação das artes decorativas e do saber-fazer com elas relacionado.

Sediada desde 1952 no Palácio Azurara e no Palácio do Castelo Novo, no Largo das Portas do Sol em Lisboa, nasceu por iniciativa do banqueiro e colecionador, Ricardo Espírito Santo Silva (1900-1955).

O fundador era um homem apaixonado pelas artes decorativas de origem portuguesa ou em contexto português, sobretudo as do séc. XVIII, e constituiu a sua importante coleção entre duas Guerras. Com a consciência que tudo se podia facilmente esvair, quis preservar o saber-fazer das artes decorativas portuguesas que transportavam consigo gerações e gerações de saber, e preservar as peças originais para que ficassem de modelo às gerações futuras.

Comprou então o palácio Azurara, que restaurou como uma casa aristocrática do Séc. XVIII, com a colaboração do Arquiteto Raul Lino. Aí instalou parte da sua coleção para a criação de um Museu-Escola de Artes Decorativas portuguesas (MADP) que se relaciona estreitamente com as oficinas e os artífices. A primeira oficina a instalar-se foi a de batedor de ouro, uma atividade que estava hà mais de duzentos anos nas mãos de uma família de Campolide, depois veio a marcenaria, a encadernação e muitas outras.

Um dos primeiros grandes trabalhos que saiu das oficinas, ainda nos anos 50, foi a criação das suites do primeiro grande hotel de luxo em Lisboa, o Ritz, que ainda hoje estão mobiladas com as peças da Fundação.

Do seu longo e prestigioso portfólio destacam-se obras como o restauro da biblioteca de Madame du Barry no Palácio de Versalhes, a execução de peças de mobiliário e decoração para o Palácio de São Clemente no Rio de Janeiro, a criação do mobiliário do Palácio da Ajuda ou o restauro e decoração do palácio de Seteais, em Sintra, entre muitos outros.

Hoje a Fundação Ricardo Espirito Santo Silva (FRESS), tem 16 oficinas onde se podem ver os artesãos a trabalhar com técnicas tradicionais, como marceneiros, douradores ou encadernadores, e passadas várias décadas continua a ser uma referência de prestígio na divulgação e preservação do saber-fazer das artes decorativas portuguesas.

Os seus clientes são essencialmente privados, nacionais e estrangeiros, quer na área de conservação e restauro quer na área de manufatura.

A FRESS procura manter vivas as práticas de produção tradicionais, algumas das quais únicas no contexto português e europeu, e associa ao ensino das técnicas de manufatura tradicionais, o conhecimento da tecnologia dos materiais e da utilização de equipamento. As formações (Curso de Dupla Certificação Nível 4) em Artes e Ofícios em Madeira são muito procuradas.